quarta-feira, 22 de junho de 2011

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Se você for me procurar, meu amor. Vá ao Rio de Janeiro. Se estiver perdida, procure na Rua das laranjeiras. Eu estarei lá andando com aquela mesma capa de chuva e o mesmo livro na mão. Meu olhar estará escondido pelos óculos de sol. Não fique impressionada se me achar magro demais, ou já muito velho. É que o tempo passa para todos nós, e o presente já é passado quando me projeto para imenso futuro, apesar do meu imenso ser curto pela avançada idade. Se quiser me encontrar, meu amor. Lembre-se de chegar com um sorriso adorável, de braços abertos, de sapatilhas pretas e vestido branco. Se ainda puder, venha acompanhada de sua cadelinha. Aquela que costumava levar para passear sempre às nove horas da manhã até o Largo do Machado. Sente-se ao meu lado e ponha-se a contar todas suas novidades sem pressa. Teça com suas palavras para que eu possa descobri em que o tempo te converteu, até que eu, já sem forças, (...)

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