quarta-feira, 23 de junho de 2010

Tic-Verde. Tac- Amarelo. Tic-Vermelho.

Traduzo cada parte daquele semáforo em palavras, que com outras formarão frases, e que por conseguinte textos. Verde dinâmico, Amarelo apático, Vermelho estático. O tic-tac que nem escuto me incomoda ao ponto de me fazer respirar mais fundo. Verde certeiro, Amarelo ligeiro, vermelho sobe um passageiro. Já não me aguento de tanta cor e sinal. Sinal signo ou Signo sinal? O tic-tac que nem ouvi, mas que me incomodava sumiu. Verde. Que relação teria verde com "passe adiante"? O efeito tic-tac agora atingia meus pensamentos. A falta do que fazer fez minha mente fazer algo para fazer, ainda que nada além de um sono eu quisesse ter. Amarelo. Novamente sou desafiado contra mim mesmo a superar o desejo de verde. Amarelo mais verde ou Amarelo mais vermelho? Quem poderia me responder era o tic-tac, mas como o orgulho não me deixou dialogar, parei. Era Amarelo mais verde. Irritação. Que me custaria ter indagado algo a alguém? Me custaria mais do que um Amarelo mais verde. Voltei a respirar fundo. Vermelho. Esqueci completamente do orgulho e do tic-tac ao ver Vermelho me encarando. Era uma audácia da parte do Vermelho. Já não me bastasse perder um Amarelo mais verde, agora suportar o vermelho?! O efeito tic-tac batia em minha face com a suavidade de uma pedra. Inacreditável absurdo e perca de tempo. Verde. Encosto o móvel e saio. Basta! Ando pela calçada apressado com os nervos travados, e em sincronizados passos de tic-tac.

2 comentários:

  1. "Ando pela calçada apressado com os nervos travados"

    Essa frase me refletiu como um espelho.

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  2. suas poesias são carregadas de uma sensibilidade imagética muito foda. Passa no meu depois!

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