sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A resposta

Não é preciso mais palavras. Olhava aquele mar cinza. Estava tudo ali. Seu cheiro misturado a maresia consegui confundir meus sentidos. Estava na minha frente. Sabia que era de propósito. Ainda que seu fosse propósito ruim, estava de frente para mim. Senti pena de você. Tão magro, tão bem vestido e com um olhar tão vazio. Faltavam-lhe lágrimas para brilhar o olhar mais uma vez. Encarei de uma só vez. Não queria que fosse necessário outro contato visual. "Boa noite". "Noite". Cruzei seu caminho quando segurou meu braço. "Não seja tolo." Sorriu de canto para mim. "Eu sei o que você pensa de mim. Eu sei que você tenta se enganar." Sorri suavemente. Notei sua mão apertando meu braço e sorri. "Não entendo. Se engana tanto pra que?!" Busquei seus secos olhos. Sorri. Recuei o braço e voltei a andar. "Foge de mim assim por medo?" Voltei para olha-lo quando um caminhão o atingiu.

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