sábado, 5 de novembro de 2011

As veias de Inês


Me ofereceram um nome. Queriam figurar um tal personagem que não sabia muito bem sobre o bom senso e se envolvia em mil confusões. Ela me disse que há muito tempo tinha vivido com seus pais viajando com o circo por algum lugar perto de Santiago. Me mostrou uma foto do memorial Veias Abertas. Fui ver meu rosto no espelho, não sei para quê já que não o reconhecia. Fora tocar piano enquanto me narrava outros fatos de sua vida. Ouvia. Ouvia. Ouvia. Com ela eu era tão paciente. Desvendava amazônias, montanhas em Calafete e tudo mais. Estava bêbado de tantos flashes memoriais. Boca torta, mente confusa. Desculpe-me por não me recordar de tudo como deveria. Depois disso só lembro dos policiais chegando e Inês deitada sobre o piano sonhando sei lá com o que.

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