domingo, 11 de dezembro de 2011

Tecidos


Ás vezes alguém pode saber mais sobre aquilo que achamos saber o suficiente. Remodelar a mente, corpo, alma e tudo mais que pertence menos à gente do que podemos imaginar, é preciso. O tempo, que tudo atravessa, age em espaços infinitos, que nossa insignificância não consegue alcançar. Deixa escorregar pedras da montanha, mar encontrar areia em praia, vulcão cuspir toda sua ira. Tem horas que devemos simplesmente deixar. Há coisas que agem para além de nossas vontades, ainda que tudo esteja conectado, nem tudo se define por movimento do eu. Dependência e Interdependência se abraçam num caos belo que compõem a vida. À exaustão tentamos dar sentido para toda a desordem, até que um dia compreendemos que é tudo um passatempo. De que vale tudo isso? Vale é o quanto nossos vestígios vão conseguir se perpetuar em meio ao caos. Vale saber que se vive sempre até o cair do último homem, e mesmo assim, é possível que se viva em outros modos de perpetuação. Por isso hoje acordei querendo ver mais do que já vi, escutar mais do que acho que já sei. Queria ouvir aquele que falava e todos os vestígios para, quem sabe, conseguir ajudar a outros que precisam de perpetuação, bem como, muito em breve, eu precisarei. Assim, carrego meu carretel e agulha. Não importa a cor, ou se o tecido que compuser será bonito ou não. Interessa-me é tecer, tecer e tecer.

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