terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Do hoje ao amanhã. Do agora ao depois.


Fechar os olhos para nunca mais abrir. Os ouvidos para não ter que suportar lamentações em vão. Dar um basta em toda essa palhaçada que já não tem mais graça alguma. Chegamos, aqui, ao fim. Caminho curto, sem muitos atrativos. Como uma pista retilínea com pouquíssimas alterações que fazem aquele que por ali trafega balançar. Não importa mais, chegamos ao fim. Também é começo de algo que não precisa ser nomeado ou significado, mas isso não o faz menos importante que o que foi contato até este ponto. É o fim, É o fim, É o fim. As algemas liberam braços magros, as olheiras agora irremovíveis, a alma mais leve do que nunca. Coração já pulsando suave, cérebro desligando aos pouco. Lá se vai. Laços que se desatam aos poucos, vozes lá longe, sensibilidade perdida. Termina, para começar de novo. É sono. Vem o sonho, colorindo ou escurecendo, confortando e assustando. Onírica dimensão em que o cansaço do corpo não faz mais sentido, que as mazelas do corpo são esquecidas em outro lugar. Aqui cegos enxergam, surdos escutam. Caminhar é volitar, ter é pensar, saber é mérito do esforço. Quem diria que o começo seria belo dessa forma. Bendito seja o fim, que veio acalantar. Volta lento para si. Cegueira e surdez chegam ao ritmo das algemas que envolvem os pulsos dos coitados. Retorna. O alarme. Hora de acordar de novo.

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